Jornalismo Ambiental no Brasil e no Mundo

Notícias e conteúdos sobre a prática do jornalismo na área de meio ambiente no Brasil e no Mundo


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Professora da UFSM defende jornalismo ambiental menos antropocêntrico em encontro nacional de pesquisadores

Material divulgado pela UFSM

Com o avanço das mudanças climáticas, o papel do jornalismo na preservação do meio ambiente tem sido cada vez mais debatido entre os profissionais da área. Recentemente, o Instituto Potsdam para Pesquisa sobre o Impacto Climático (PIK) divulgou que a Terra já rompeu sete dos nove limites que mantêm o planeta habitável em condições seguras. O instituto está localizado em Potsdam, cidade alemã com população estimada em pouco mais de 200 mil habitantes.

É nesse contexto que a UFSM participou, entre os dias 24 e 26 de setembro, do 6° Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo Ambiental, realizado remotamente com transmissão no YouTube e no site Even3. No evento, a professora no Programa de Pós-Graduação em Comunicação (Poscom) Claudia Herte de Moraes falou sobre a importância de o jornalismo se reconectar com a natureza.

 “Uma pauta do avanço da soja no pampa, ao invés de focarmos no impacto econômico, a gente tem a oportunidade de investigar o impacto na vida de um ecossistema”, sugeriu. Para ela, a crise ambiental não é um problema técnico, mas de relacionamento, e é preciso pensar no outro não somente como ser humano, mas como natureza também. Claudia propõe três alternativas para o jornalismo ambiental se fortalecer: mudar as fontes, o método e a perspectiva.

É preciso dar espaço para o conhecimento dos povos indígenas, dos agricultores familiares e pescadores tradicionais nas matérias e não se limitar apenas aos cientistas com currículos extensos. Ela se opôs ao “jornalismo de gabinete”, quando o profissional se acomoda em escrever matérias com dados corretos e oficiais, mas produz textos emocionalmente distantes. 

Segundo ela, a apuração em campo, como reportagens em margens de rios, aproximaria mais o público da pauta ambiental. A professora também ressaltou o aspecto não inovador das medidas e que é necessário uma maior aplicação dos jornalistas. “A história vai se tornar maior, mais complexa e mais verdadeira, deixando de ser um obituário da natureza”, explicou. 

Sob o olhar do ambientalista

Por outro lado, o doutor em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal de São Carlos (UFScar) Paulo Brack disse que a pauta ambiental só aparece no jornalismo no momento dos desastres e citou o rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais, como exemplo. Porém, a questão ambiental não envolve só o jornalismo, e, sim, vários fatores em nível nacional. O caso das barragens engloba um dos pilares da exportação brasileira nas últimas décadas: o minério de ferro. 

“O Brasil é um grande exportador de commoditiese a nossa pauta econômica leva a cada vez mais flexibilizações ambientais”, lamentou Brack. Essas exportações envolvem produtos primários e menor valor agregado, mas a grande quantidade de vendas compensa para o país. Em muitos casos, o Brasil compra de países que utilizam seus commodities nos componentes de produtos industrializados e que são mais caros. 

Brack, que atualmente é professor de botânica na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), também mencionou o petróleo e a soja como os principais responsáveis pelo avanço do desenvolvimento sobre o meio ambiente. E, de fato, a empresa Fazcomex Tecnologia para Comércio Exterior apontou que, até junho de 2025, o minério de ferro era o produto mais exportado no ano, seguido pela soja e petróleo em terceiro. O cinturão da soja, que embarca regiões de intensa produção do commodity, avança na floresta amazônica a partir dos estados de Rondônia e Mato Grosso. Enquanto isso, cresce a pressão por perfurações de petróleo na Foz do Amazonas. 

“A briga é de cachorro grande”

O doutor em Comunicação e especialista em Comunicação Rural pela Universidade de São Paulo (USP), Wilson da Costa Bueno, afirmou que “a briga é de cachorro grande”. Para ele, o jornalismo deve ser politicamente atuante em favor da causa ambiental e abandonar a ideia de imparcialidade na hora de lidar com o interesse de grandes empresas. No programa de crédito rural deste ano, o Plano Safra, o Governo Federal anunciou quase R$ 520 bilhões para o agronegócio, destinado a grandes produtores, em comparação com os R$ 89 bilhões para a agricultura familiar. 

Apesar de ter uma população inferior à dos Estados Unidos e da China, o Brasil utiliza mais agrotóxicos, responsáveis por conservar as plantações, do que os dois somados. Dentro do maior consumidor do mundo, de acordo com relatório de 2021 da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), é amplo o uso do glifosato, substância relacionada ao desenvolvimento de câncer em múltiplas pesquisas.  

O ambientalista Paulo Brack comentou ser necessária a discussão sobre diminuição do consumo de bens de modo geral e a desconcentração de capital em defesa do meio ambiente. Segundo o Global Wealth Report 2024elaborado pelo banco suíço UBS, o Brasil é o país mais desigual do mundo. “O sistema capitalista é um sistema que não consegue viver com limites e é preciso ter limites”, declarou Brack.

Texto: Jônathas Grunheidt, acadêmico de Jornalismo, bolsista da Agência de Notícias
Edição: Ricardo Bonfanti, jornalista

Link original: https://www.ufsm.br/2025/09/29/professora-da-ufsm-defende-jornalismo-ambiental-menos-antropocentrico-em-encontro-nacional-de-pesquisadores


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Festival Internacional de Jornalismo, realizado em Perugia, Itália, divulga todos os vídeos do evento

O Festival Internacional de Jornalismo ocorrido em Perugia, Itália, de 9 a 13 de abril, divulga todos os painéis na Internet. Há uma página especifica sobre a questão climática. Vale a pena visitar todo o site.

A pagina que traz a íntegra dos vídeos sobre a questão climática pode ser acessada neste endereço.

É possível usar os recursos do YouTube para traduzir as legendas.

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Grupo de Pesquisa da UFRGS é um dos organizadores de Mostra Universitária de Jornalismo Ambiental

Primeira edição do evento é uma parceria com a Famecos/PUCRS e integra o Fórum Internacional do Meio Ambiente

O Grupo de Pesquisa em Jornalismo Ambiental da UFRGS é um dos organizadores da primeira edição da Mostra Universitária de Jornalismo Ambiental, que será realizada entre os dias 12 e 13 de março, como atividade paralela do Fórum Internacional do Meio Ambiente (FIMA). As atividades serão realizadas na Escola de Comunicação, Artes e Design da PUCRS (Famecos), unidade que também organiza e sedia a mostra (Prédio 7 da PUCRS). O Fórum é promovido pela Associação Rio-Grandense de Imprensa (ARI), em parceria com o Ministério Público do RS.

Os interessados em participar da mostra universitária devem encaminhar trabalhos que abordem a temática ambiental, com limite de inscrição até dia 5 de março. Os trabalhos consistem em reportagens premiadas ou indicadas por professores, além de projetos de extensão aprovados pela universidade, com a indicação do orientador. As orientações para envio estão no site fima.org.br/mostra-2024.

12º FIMA

O Fórum tem como tema central “Água e energias renováveis” e recebe o líder indígena Júnior Hekurari Yanomami na conferência de abertura, no dia 12 de março, às 19h. O evento é aberto para o público em geral. As informações sobre as inscrições gratuitas e a programação completa estão em www.fima.org.br. Haverá certificado de participação como atividade de extensão.

Fonte: site da UFRGS


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Abertas as inscrições para o 18º Congresso da Abraji

A partir deste sábado (29.abr.2023) estarão abertas as inscrições para um dos maiores encontros de jornalismo da América Latina. Promovido pela Abraji desde 2005, o 18º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo acontece de 29.jun.2023 a 2.jul.2023, na ESPM em São Paulo, no campus Álvaro Alvim (Vila Mariana). 

Em 2023, a Abraji optou pelo formato híbrido — presencial, com transmissão simultânea on-line de 50% da programação e participação remota de alguns convidados. Na prática, quem estiver acompanhando a transmissão via internet poderá assistir de cinco a seis sessões por horário — sendo três delas realizadas nos auditórios da ESPM, onde estão programados os temas internacionais e entrevistas nacionais. 

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Abertas inscrições para V Encontro Nacional de Pesquisadores Ambientais

Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo Ambiental convida a imaginar futuros possíveis

Evento acontece online, em setembro, e está com inscrições abertas

O V Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo Ambiental (ENPJA) recebe convidados nacionais e internacionais para debater as questões ambientais de nosso tempo, convocando os participantes a imaginar futuros possíveis para o jornalismo e os ambientalismos. O evento ocorre em 27 e 28 de setembro (terça e quarta-feira) de modo online.

As inscrições para ouvintes são gratuitas e podem ser realizadas diretamente no site do encontro: https://www.even3.com.br/enpja2022/

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Termina quinta-feira, 24/3, prazo para inscrição na Conferência Anual da Sociedade de Jornalistas de Meio Ambiente nos Estados Unidos

 A Conferência Anual da Sociedade de Jornalistas de Meio Ambiente (SEJ) 2022 acontece de 30 de março a 3 de abril de 2022, em Houston, Texas, organizada pela Rice University. A conferência se concentrará em saúde e justiça ambiental, energia e mudanças climáticas, oceanos e costas. As inscrições para participar vão finalizar na próxima quinta-feira, 24 de março, horário local do Texas (os interessados devem atentar para o horário, não deixando a inscrição para o último dia).

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Cobertura ambiental recebe destaque no 16º Congresso Congresso da Abraji

Satélite MODIS registra focos de calor na América Latina. Foto: NASA

As mudanças no clima da Terra motivadas pela ação humana já são chamadas de colapso climático por grandes jornais como o Guardian e o New York Times. No olho do furacão, está a Amazônia brasileira, que, com o desmatamento, passou a emitir mais carbono do que remover, de acordo com estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Para dimensionar a importância do tema, o meio ambiente estará presente entre as pautas centrais do 16º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo. Para se inscrever, clique aqui.

No evento promovido entre os dias 23.ago.2021 e 27.ago.2021 pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), serão quatro mesas com foco em tópicos ambientais. Em uma delas, repórteres que estão na linha de frente em grandes investigações transnacionais sobre meio ambiente trarão detalhes de trabalhos colaborativos que unem profissionais do Reino Unido e da América Latina.

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O Eco e Imazon promovem Seminário ‘Jornalistas em Diálogo’

Veja no endereço seminario.oeco.org.br todas as informações do seminário que vai levar a jornalistas e interessados muito conhecimento sobre áreas que são trabalhadas no dia-a-dia pelos profissionais.

A 4ª edição do seminário será realizada entre os dias 14 e 16 de setembro e contará com a participação de expoentes na discussão ambiental, como a ex ministra do meio ambiente, Marina Silva, e de um time de jornalistas, entre eles Sônia Bridi e Gustavo Faleiros, além de economistas, procuradores e pesquisadores.

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CasaNinja Amazônia realiza 2º Encontro de Jornalismo Ambiental

Nesse sábado, 15/8/2020,  a @casaninjaamazonia realiza o 2º Encontro de Jornalismo Ambiental que reunirá comunicadores e especialistas para refletir em conjunto sobre quais os desafios da cobertura jornalística sobre as queimadas e desmatamento em tempos de covid-19. Continuar a ler


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Abraji abre inscrições para 15º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo

A partir desta terça-feira (11.ago.2020), estão abertas as inscrições para o maior encontro de jornalismo da América Latina. O 15º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji será realizado virtualmente, nos dias 11.set.2020 e 12.set.2020. Em razão das crises sanitária e econômica, haverá a possibilidade de inscrição gratuita, mas os participantes serão convidados a doar qualquer valor para fortalecer o trabalho da Abraji. Clique aqui para se inscrever.

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